A Carreira Proteana é um conceito desenvolvido por Douglas T. Hall nos anos 1970, e refere-se a uma
abordagem de carreira que enfatiza a autonomia e a adaptabilidade do indivíduo em relação ao seu desenvolvimento profissional. O termo “Proteana” faz referência ao deus grego Proteu, que podia mudar de forma conforme necessário, simbolizando a capacidade de adaptação contínua. Essa ideia surgiu em resposta às mudanças no mercado de trabalho e à redução da segurança de emprego tradicional nas empresas. Essa teoria se torna ainda mais relevante no contexto contemporâneo, com a ascensão da Gig Economy (1), do trabalho remoto e da volatilidade nas demandas de habilidades. De acordo com Vaclavik Marcia C., Oltramari, Andrea P. & Oliveira, Sidinei R. (in memoriam)
(..) “Estima-se que, mundialmente, mais de 2 bilhões de pessoas – o equivalente a cerca de 61% da população ocupada – tenham na informalidade o principal meio de subsistência. Ao considerar a realidade de países em desenvolvimento, esse índice pode chegar a 75% da força de trabalho (International Labour Organization [ILO], 2019). No Brasil, a informalidade, “característica fundante
do mercado de trabalho brasileiro” (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE], 2018), é a
realidade de mais de 34 milhões de trabalhadores, o que equivale a 39,5% da população ocupada
(IBGE, 2021).” (Cad. EBAPE.BR?FGV, v. 20, nº 2, Rio de Janeiro, Mar./Abr. 2022)
A Carreira Proteana permite que o profissional explore trajetórias flexíveis e personalizadas, compatíveis
com o mundo do trabalho atual, onde segurança e estabilidade não são garantidos.
Douglas T. Hall (2002) propôs o conceito de Carreiras Proteana, definindo a carreira como sendo uma sequência autodirigida e autogerida de experiências de trabalho, reforçando a importância da autonomia e da resiliência para enfrentar os desafios de um mercado de trabalho em constante mudança. A Carreira Proteana é flexível e orientada pelos valores e pelos objetivos pessoais do indivíduo, em vez de depender de uma trajetória linear ditada por uma organização. Hall (2002), ainda enfatizou a importância da adaptabilidade e da capacidade de aprendizado ao longo da vida, sugerindo que o sucesso de carreira é medido por fatores subjetivos, como a realização pessoal.
A noção de Carreiras Proteanas, como proposto por Douglas T. Hall (1976), em que o indivíduo assume
responsabilidade pelo seu desenvolvimento profissional, está ganhando força. Em vez de seguir uma trajetória linear, os profissionais optam por carreiras que se adaptam às suas necessidades e valores ao longo do tempo, tomando decisões com base em experiências pessoais e mudanças no mercado de trabalho. Flexibilidade e Autonomia (1): a busca por flexibilidade no trabalho, como o trabalho remoto ou freelance, está moldando as escolhas de carreira. Os profissionais estão cada vez mais interessados em trabalhar em ambientes que permitam autonomia e flexibilidade, e muitas vezes buscam múltiplas fontes de renda (gig economy), em vez de depender de um único empregador.
Maior Autonomia e Autogestão (2): O conceito de Carreira Proteana (Hall, 1976), que envolve flexibilidade, autodireção e a adaptação das carreiras aos valores pessoais, tornou-se mais relevante. Em vez de depender das organizações para orientar o caminho profissional, os indivíduos precisam assumir a responsabilidade pelo desenvolvimento de suas próprias carreiras. Empreendedorismo, empregabilidade e Gig Economy – com o aumento da conectividade global e a facilidade de acesso a plataformas digitais, o empreendedorismo e a participação na Gig Economy (economia dos “bicos”) têm se expandido. Muitos profissionais preferem seguir carreiras como freelancers ou autônomos, criando seus próprios negócios em vez de se comprometerem a longo prazo com uma única organização.
Artigo: Carreira na Contemporaneidade: Teorias, Modelos e Conceitos – Mitio Sakai