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36. Teoria da Ação Contextual da Carreira – Parte 1

A Teoria da Ação Contextual da Carreira, proposta por Richard A. Young, Ladislav Valach e Audrey, (2010), revela uma abordagem narrativa e que reflete uma postura construcionista e, ao mesmo tempo, aborda
questões fundamentais levantadas pelo construcionismo social, como questões de significado, interpretação e agência. Eles construíram a teoria em cima da prática de aconselhamento e psicoterapia (Collin & Young, 1992).
Teoria da Ação Contextual da Carreira, propõe que as decisões de carreira e ações relacionadas são moldadas por contextos sociais, relacionais e culturais. Essa teoria foca em como as interações diárias e as ações das pessoas em seus ambientes influenciam suas escolhas e trajetórias profissionais. (Richard A. Young, Ladislav Valach e Audrey Collin, 2010). Em vez de ver a carreira como um conjunto de escolhas individuais isoladas, a teoria reconhece que essas escolhas são modeladas por um processo num contexto mais amplo de interações pessoais e sociais. (Young, R. A., Valach, L., & Collin, A.,1996)
Os principais elementos da Teoria da Ação: (1) Intencionalidade: ação é sempre direcionada a um propósito, sendo motivada por algum objetivo. (2) Contexto Social: a ação é influenciada e tem consequências dentro de um ambiente social. (3) Racionalidade: pode ser racional (orientada por fins) ou emocional/tradicional, segundo diferentes formas de racionalidade.
Na prática, a teoria da ação ajuda a compreender comportamentos humanos em contextos organizacionais, sociais e econômicos, analisando como as intenções e os contextos influenciam as decisões e ações dos indivíduos.
Segundo Young e Valach (2010), os mundos cultural, social e psicológico são construídos. Como os indivíduos constroem seu mundo, tornando-o real, por meio dos processos de sua ação. Se aceitarmos uma epistemologia construcionista, ela tem que estar relacionada à nossa compreensão da realidade. A explicação de ação e carreira refere-se especificamente ao “relacionamento proativo entre indivíduo, ação e processos sociais” (Valach, Young, & Lynam, 2002, p. 27). Os processos centrais na construção da carreira e, mais amplamente, na construção do indivíduo (Brandtst€adter & Lerner, 1999), grupo e sociedade, são direcionados a objetivos. Os autores Young, Valash & Collin acreditam no meio termo, nem tanto o individualismo e/ou construcionismo social para a definição de carreira.
A teoria do construcionismo social da carreira, como, por exemplo, a de Savickas (2002), foca na
construção de significados sobre o trabalho a partir das interações sociais e narrativas pessoais. Ambas as abordagens enfatizam a influência do ambiente e das interações sociais nas trajetórias de carreira, mas a Teoria da Ação Contextual destaca mais as atividades colaborativas e os processos relacionais de tomada de decisão. Savickas (2000) propôs 4 níveis de teoria de carreira: (1) disposições, (2) preocupações (3) narrativas e (4) processos de desenvolvimento de carreira envolvendo – as intenções, os objetivos, os planos e os projetos.
A teoria de ação contextual da carreira fornece um meio de mostrar como a ação permite agência,
intencionalidade e escolha, na construção do projeto e da carreira, revelando a natureza contextual e social desse processo. O componente crítico para tornar a carreira significativa é a percepção de que o significado não está apenas em nossas mentes como uma representação, mas em nossa ação e carreiras como um processo contínuo de construção.

Texto retirado do Artigo: “Carreira na Contemporaneidade: Teorias, Modelos e Conceitos” Autor: Mitio Sakai

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