Segundo Colling e Young, (…) “o conceito, carreira pode referir-se ao movimento do indivíduo através do
tempo e do espaço. Também pode concentrar-se na intersecção da biografia individual e das estruturas sociais. (…) e pode se referir aos padrões e sequências posições ocupadas pelas pessoas ao longo da sua vida profissional.” (2007,p.3) Nesse sentido, carreira é o conjunto de experiências e trajetórias profissionais de um indivíduo ao longo da vida, envolvendo o desenvolvimento de habilidades, conhecimentos e relacionamentos em diferentes contextos e organizações. A carreira vai além de um simples caminho ou sequência de empregos; trata-se de um processo de construção contínua de identidade profissional e realização pessoal. Este conceito reflete uma visão consolidada ao longo do tempo por vários autores da área de desenvolvimento de carreira. Pretendemos provocar uma reflexão
sobre as perspectivas futuras de carreira, tendo como base as principais teorias contemporâneas, conceitos e modelos sobre carreira.
A carreira pode ser definida, segundo Edgar Schein e Michael B. Arthur (1978), sob diferentes enfoques:
tradicional (1); moderno (2) e o enfoque psicológico (3) No enfoque tradicional, caracterizado por uma visão clássica na perspectiva da Administração, a carreira era entendida como um percurso linear e hierárquico, em que o indivíduo seguia uma série de promoções e progressões estruturadas dentro de uma única organização. No enfoque moderno, a carreira é vista de maneira mais flexível e multidimensional, refletindo a ideia de que as pessoas desenvolvem sua trajetória profissional de acordo com interesses pessoais, valores e motivações. Conceitos como a Carreira Proteana (Hall, 1976)) e a Carreira sem Fronteiras de Michael B. Arthur e Denise M. Rousseau (1996), destacam a autonomia
e a adaptabilidade, onde o indivíduo molda a própria carreira com base em suas prioridades e na dinâmica do mercado de trabalho. No enfoque da Psicologia, carreira é também uma expressão do crescimento pessoal e do alinhamento entre as habilidades, valores e identidade do profissional, levando-o a decisões que refletem suas aspirações e satisfação ao longo da vida. (Super, D., 1957 e Schein, E., 1978)
Essas perspectivas refletem como as carreiras evoluíram para incorporar aspectos de flexibilidade,
mobilidade e realização pessoal, tornando-se menos sobre “onde se trabalha” e mais sobre “como e por que se trabalha.” Donald Super (1957) foi um dos primeiros a enfatizar a carreira como uma sequência de papéis e experiências ao longo da vida, com ênfase no desenvolvimento de habilidades e valores pessoais em diferentes estágios da vida. Edgar Schein, (1978) em sua teoria das âncoras de carreira, define a trajetória de carreira como sendo modelada pelas motivações e valores centrais que o indivíduo incorporou em diversos contextos profissionais.
Michael Arthur e Douglas T. Hall (1989), desenvolveram o conceito de carreira sem fronteiras e Carreira Proteana, respectivamente, abordando as carreiras como um conjunto dinâmico de experiências e a capacidade do indivíduo de direcionar seu próprio desenvolvimento em diferentes contextos e organizações.
Portanto, essa definição representa uma perspectiva combinada dos principais estudiosos, especialmente
influenciada pela visão de Super e Schein (1978) sobre a carreira como uma série de experiências e crescimento contínuo.
Acompanhe as principais teorias nas próximas publicações!
Fonte: Mitio Sakai